A cidade não para

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Era mais ou menos assim, muita efervescência, comércio próspero, negócios indo de “vento em popa”, população de pele desbotada e cabelos claros, contrastando com os nativos, de pele morena, queimados de sol. Era o tempo do agronegócio, do arroz, da madeira, dos crimes de pistolagem, dos bares de música popular brasileira, das matinês do Juçara Clube e do Araçagy, dos encontros da juventude ao cair da tarde na praça da cultura, onde sempre era possível encontrar os artistas da cidade, as vezes tocando seu violão, ou simplesmente, na boemia.

Era uma outra imperatriz. O tempo tratou de tirar-lhe alguns traços que àquela época, pareciam irreversíveis. A população não contrasta mais, todos parecem ter a mesma cor, a mesma expressão de cansaço, o fardo do trabalho duro, árduo. Não mais as matinês, onde crianças e adolescentes se divertiam das 14 às 19h, agora são carros de som em plena madrugada tunando estrondosas músicas eletrônicas e reunindo a juventude na Beira rio, na AABB, no parque de exposições ou simplesmente na porta de casa.

Se os jovens da década de 80 tinham como opção a verdadeira “Fly Back”, as feijoadas de sábado dos saudosos “Canequinho” e "Caneleiros" onde artistas como Wilson Zara, Erasmo Dibel e Carlinhos Veloz fizeram carreira, e o singelo “Augusto Shopping”, com suas poucas, mas refinadas lojas, hoje temos inúmeros bares ao redor de toda a cidade. A cidade está lotada de lojas cada vez mais populares, temos três shoppings. Os clubes não existem mais, pelo menos não os citados acima, mas temos um parque aquático, onde artistas defensores do brega e arrocha como Stênio e duplas sertanejas fazem carreira.

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